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Orgulho x Humildade

 

“E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”

(Lucas 18.9-14).

Essa história não é desconhecida. Lidamos com isso todos os dias. Se não vemos de perto, podemos assistir pela TV. O orgulho e a humildade estão à nossa volta.

A parábola usada por Jesus mostra o contraste entre a atitude do fariseu, representante dos religiosos, e a do publicano, representante dos pecadores.

É interessante ler a quem é dirigida a parábola, de acordo com o versículo 9: “E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros” (Lucas 18.9). Pessoas que se achavam e que desprezavam os outros, seja por qualquer motivo. Só falta você dizer que não conhece ninguém assim. Eu não acredito!  

Quando Jesus fala sobre a oração do fariseu, conseguimos ver o orgulho borbulhando! O fariseu já começou agradecendo por não ser como os demais homens e, ao falar isso, citou os pecados desses homens: “roubadores, injustos e adúlteros”. Ele se achava!

Mas para ele, isso ainda era pouco. Agora ele diz: “nem ainda como este publicano” e então, cita duas de suas virtudes: “jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo”. “Esse cara sou eu”, pensava ele, sem saber que Roberto Carlos diria isso um dia sobre si – rs.

O fariseu, no templo, em uma oração, conseguiu demonstrar o quanto era orgulhoso. Há muitas pessoas orgulhosas desse mesmo jeito. Há muitos que se acham melhores que os outros por causa da raça, do poder financeiro, do sexo, do nível educacional, dos talentos que possui... Quanta falta de maturidade! Ninguém é melhor que ninguém. Todos nós somos seres humanos imperfeitos e carentes da graça de Deus.

É bom frisar a questão religiosa. Quanta gente perdida dentro das igrejas! Quanta gente imatura dentro das igrejas! Quanta gente orgulhosa dentro das igrejas! Quantos fariseus dentro das igrejas! Pessoas que se escondem atrás de uma religião e se acham por causa disso. Cegas como o fariseu. Lamentável!

E o publicano? Mal visto pela sociedade, mas com uma atitude completamente diferente da do fariseu. Veja: “O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! (Lucas 18.13). Com essa oração, demonstrou toda sua piedade, sem contar a consciência de que não somos nada diante da presença de nosso Deus. Só podemos clamar mesmo: “tem misericórdia de mim, pecador!”.

Eu sou um pobre e miserável pecador. Você é um pobre e miserável pecador. Todos os seres humanos são pobres e miseráveis pecadores. O reconhecimento disso nos leva a agir de forma humilde. Tendo essa visão, ninguém vai querer aparecer ou se achar melhor que o outro. Quando entendemos essa verdade, agimos de forma natural com todos, pois vemos o próximo da mesma forma que nos vemos.

Como consequência de suas atitudes, o publicano teve seu culto aceito e o fariseu, não. Por quê? O versículo 14 responde: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”.

A recompensa da humildade é a exaltação. A “recompensa” do orgulho é a humilhação. Quer ser exaltado? Humilhe-se, reconheça que não é ninguém, e Deus irá exaltá-lo.

Que Deus dê a cada um de nós um coração humilde como o do publicano.

 

Wanderson Miranda de Almeida, 10 de dezembro de 2017.

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